S.P., 18/03/2021
Quando existe uma insatisfação com o poder público, o qual não propicia oportunidades de trabalho digno, saúde, moradia, segurança, e em igualdade de oportunidades, os cidadãos cogitam uma mudança para algum país que lhe forneça essa possibilidade.
As dificuldades econômicas, o funcionamento social e cultural, as normas, o funcionamento político são responsáveis por muitos saírem de suas origens para galgar novos horizontes.
Se um país não é justo na distribuição de renda financeira, revelando uma alta discrepância entre salários, não é uma sociedade que preza pelo equilíbrio entre os cidadãos.
Um trabalhador que não recebe um salário mínimo digno para poder por si só sustentar uma casa, uma família, oferecendo todos os recursos básicos, como alimentação, educação, atendimento à saúde, transporte, férias, lazer, e repouso, não poderá prover a si e aos seus uma subsistência pelo menos básica.
Esse é um fator real que ocorre no Brasil, por exemplo. Há uma disparidade onde alguns ganham muito dinheiro e outros ganham nem o razoável.
Brasileiros migram para o exterior em busca de recursos de vida condizentes com as necessidades.
Há uma desestruturação na formação educacional, começando pelo salário de professores estaduais e municipais. Também pela falta de formação profissional de muitos, forçam a crianças e adolescentes já iniciarem ajudando suas famílias com afazeres domésticos e laborais para contribuição financeira do grupo. Nada a criticar, se os pais conseguissem se responsabilizar pelo sustento, e apenas ensinar seus filhos em responsabilidades. Mas o que ocorre é uma desordem estrutural onde os jovens precisam abandonar seus estudos para contribuir financeiramente. E assim o ciclo está fechado, não existindo uma formação profissional desses jovens, e ao constituírem família, esse movimento se repetirá.
Qualquer trabalho é digno, e não necessariamente, é preciso que o cidadão seja formado em alguma profissão acadêmica para poder usufruir de um salário honroso pelo serviço prestado. Mas aqui no Brasil, alguns setores não são privilegiados.
Há pessoas que não se encaixam com a cultura vigente no país. Hábitos e normas de conduta discrepantes com sua formação, como por exemplo ser educado por outra descendência e vivendo em outro lugar que não seja o país de origem, podem desencadear conflitos e insatisfações.
Também existem os que não aprovam o desenrolar político em seu país e correm em busca de sistemas mais condizentes com suas expectativas.
Precisamos lembrar que existem outras razões pessoais que fazem o cidadão acreditar que a vida em outro lugar, pode ser muito melhor. E aqui faço um alerta, pois problemas familiares, de amizades, amorosos, de não aceitação do grupo por escolhas individuais, ou ainda da ordem de preconceitos e descriminação, ou ganância financeira ou por sucesso e poder, todos esses fatores podem ludibriar a análise sobre uma decisão acertada.
Sempre é necessário o indivíduo fazer uma imersão de autoconhecimento antes de decidir o que é o mais indicado para sua vida. Pois todos nós como seres humanos que somos, temos a tendência de fantasiar, que qualquer outra situação, que não seja a que estamos vivendo, sempre será melhor. O que percebemos é que carregamos nossas dificuldades, para qualquer ambiente, seja no país de origem, seja em outro.
Mudanças são válidas sim, se concluímos que os fatores alheios a nós, o sistema de fora em que vivemos, e que interfere em nossas conquistas, dificultando ao extremo, ou até impedindo, possa estar emperrando nosso desenvolvimento e prosperidade.
Se você percebe que seu país lhe oferece ainda oportunidades, e digo, no seu objetivo específico, e este pode ser de variadas fontes, por exemplo, conquistas financeiras, amorosas, de relacionamentos, de saúde, de sucesso, de carreira, e muitas outras ordens, sempre poderá haver a chance de conseguir conquistar o que almeja.
Fugir da dificuldade não irá lhe ajudar a consertar o que não vem funcionando em sua vida. Talvez a mudança precise ocorrer dentro de você.