Tempos de intolerância: Por que as pessoas pensam diferente uma das outras?

Tempos de intolerância: Por que as pessoas pensam diferente uma das outras?

Na atualidade vem ocorrendo muitas quebras de relacionamentos, pessoas se desentendendo facilmente, com intolerância, impaciência, discriminação, desamor, as quais são despertadas pelo excesso de exposição de ideias na internet. Todos se tornaram PHD em vários assuntos, o sabedor absoluto. E sim, disputas se tornaram acirradas. Outrora sempre existiu, mas em outra velocidade.

E por que isso ocorre?

As respostas são muito mais complexas que parecem. Os indivíduos são formados em seu intelecto por diversos aspectos:

  • educação familiar
  • crenças religiosas
  • cultura
  • condição sócio econômica
  • necessidades básicas físicas, emocionais, afetivas, espirituais
  • época em que viveu sua infância e adolescência
  • educação escolar

A educação familiar engloba as regras de etiqueta, os valores morais, a formação de caráter, e principalmente engloba as crenças e definições dos pais e responsáveis, os quais por sua vez, aprenderam com seus ascendentes e assim por diante. Conceitos variados são formatados de geração em geração.

Existem diversas religiões e cada qual com sua crença e rituais, que por sua vez formam opiniões e emoções particulares, gerando suas próprias visões. E alguns dirão que não sentem falta de uma filosofia religiosa, e outros que não viveriam sem uma crença, que o sustentem gerando autoconfiança.

Cada cultura possui seus padrões, comportamentos, entendimentos e somos todos influenciados pelas ideias sem perceber. Agimos, pensamos e até sentimos inconscientemente.

A classe social e econômica é outro ponto preponderante em nosso raciocínio. O lugar em que vivemos, se possuímos posses, regalias, supérfluos, todos esses fatores determinam o que enxergamos e o que necessitamos. Enquanto um possui o desejo de adquirir um bem material, o outro possui a necessidade de se alimentar.

Possuímos necessidades básicas de sobrevivência, a alimentação, vestuário, moradia, manutenção da saúde. Um mínimo de equilíbrio emocional com sentimentos alinhados. Necessidade de afeto, como ser amado, aceito, acolhido e protegido. E também uma vivência espiritual.

Algo surpreendente é lembrarmos em que década crescemos, pois cada geração aprende, sofre, recebe impressões e ensinamentos distintos, os quais são intrinsecamente introjetados. Por exemplo, o sistema político, a moda, valores, condição tecnológica, hábitos, descobertas infinitas, e tantos outros. Um indivíduo que cresceu durante a guerra, possui registros conscientes e inconscientes diferentes daquele que não experienciou essa realidade. 

E por fim o essencial, a educação escolar. A formação intelectual e de raciocínio aprende-se nos estudos, desde a escola infantil, passando pela graduação, pós, aperfeiçoamentos, doutorados, atualizações, até um fim sem limite… É através da educação que se faz toda a diferença na formatação dos conteúdos, conceitos, definições, conclusões de uma determinada situação.

E mesmo em cada uma destas situações, ocorrem discrepâncias entre seus membros. 

Juntando todas as possíveis diferenças vindas do citado acima, é que podemos entender porque aparecem discordâncias de todo grau. Não pode se esperar um entendimento, uma sabedoria única sobre uma mesma afirmação. Cada pessoa irá enxergar pelo seu prisma, um ponto de vista que não necessariamente há o certo ou errado. E podemos verificar esse impasse em variadas questões e dilemas, da ordem  política, religiosa, cultural, entre outras. Interpretações diferentes são uma constante em toda sociedade. 

Portanto, sempre haverá opiniões discordantes, e o intuito seja perceber que nós não necessariamente mudaremos o ponto de vista do outro. A possibilidade talvez seja mostrar o seu próprio entendimento. Quando se argumenta com um outro indivíduo, estarão presentes estes variados aspectos que determinam a impressão sobre um assunto. Os entendimentos são diferentes devido a condição que a pessoa se encontra. Se você experienciar as mesmas vivências que o seu oponente, talvez você enxergue igual a ele. 

As opiniões são modificadas quando há um incremento na bagagem intelectual  e nas vivências do indivíduo, através de  estudo, leituras, observação de fatos, troca de experiências, reflexão e conhecimento, e principalmente, se houver estrutura básica e digna de vivência. Quando se falta o alimento para o corpo, falta vitalidade para reflexão.

A proposta talvez seja ser um agente de transformação para o outro, lhe concedendo instrução, ideias e apoio, além de ser um modelo de referência, para o seu desenvolvimento. E não disputar a sabedoria, pois isso não levará a lugar nenhum, apenas mais conflitos e discórdia. É preciso entender, aceitar e respeitar a compreensão do outro,  naquele momento de sua vida.

E se o outro estiver com a razão?

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